segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ARTIGO

Cimara Pahim Colling

Um dos objetivos do ensino da língua escrita é possibilitar ao aluno competências para agir com autonomia e criticidade frente a compreensão do contexto do mundo contemporâneo.
Este artigo se propõe a relatar minhas experiências como professora de Língua Portuguesa, com práticas de leitura e escrita voltadas à produção textual no Ensino Médio; pretende caracterizar os desafios contemporâneos da leitura e escrita, levantar e acrescentar novos enfoques aos problemas que nossos alunos enfrentam na leitura.
Trato aqui sobre os materiais de leitura e modos de leitura e escrita; possibilitando o desenvolvimento do processo de leitura e também a análise de possibilidades de aplicação de práticas pedagógicas num contexto de ensino médio. Ler e escrever são competências indispensáveis nas aulas de Português de Ensino Médio. É evidente que trato aqui deste ensino, mas ler e escrever são imprescindíveis, também, no Fundamental.
O tema que coloco em evidência discute o ensino da leitura e da escrita visto como uma tarefa do professor de Língua e Literatura e um desafio para outras áreas afins, estimuladores da leitura e escrita na escola pública de ensino médio. O presente estudo pretende salientar a leitura e a produção textual como formas de práticas pedagógicas elaboradas com a participação da área de Língua Portuguesa, Redação, Literatura Brasileira, nos diferentes espaços do meio escolar.
É de suma importância que a escola de ensino médio desenvolva a capacidade de aprender o que subentende o domínio da leitura e da escrita. Tal alicerce literário se dá pela criação de espaços na comunidade e dentro dos muros escolares, pela utilização de linguagens variadas e novos códigos linguísticos. Relato esta experiência no transcorrer deste estudo,trazendo práticas pedagógicas dentro e fora da rotina escolar.
Nossos alunos de 2º grau têm dificuldades para ler, interpretar textos, imagens e mensagens, bem como produzir textos nas aulas das disciplinas de Ensino Médio, e isto é um relato de minha experiência e de outros colegas de Português, Literatura, Redação, Artes e outras matérias.
Este artigo aponta ainda as práticas de leitura e escrita que competem a todo o professores, seja pela interpretação, leitura ou reescrita de textos fornecidos pelos diversos professores. O tema em questão enfatiza a importância de todo o professor trabalhar com a leitura e a escrita, dando um novo enfoque ao ensinar e aprender, ampliando o repertório dos alunos, privilegiando a leitura de imagens, valorizando o papel do aluno-escritor.
Para David Coimbra (Zero Hora, 31/10/2008: três), a leitura é o alicerce da Educação, todo mundo sabe disso. E todo mundo sabe que o Brasil é um país que não lê.
Devemos sim reverter à falta de oportunidades de aprendizagem, através de um esforço entre nós, profissionais de ensino médio, oferecendo ao aluno novas formas de ler e escrever, através de práticas pedagógicas ou processos de leitura e escrita. O leitor-aluno deve ter acesso aos bens culturais que a sociedade produz.
Ainda conforme Coimbra, 2008, dêem livros aos alunos. Que eles leiam o tempo todo. Leiam e interpretem, leiam e escrevam. E que os professores corrijam os textos e expliquem por que os corrigem.
Como professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação tento construir, através de práticas mencionadas no decorrer deste relato, a compreensão ou domínio da palavra escrita. A escola deve ser o lugar do conhecimento do livro,da leitura.
Goodman (l991), já afirmava “Compreensão leitora é sempre o produto final de todo o ato de leitura.”



Para Schneider (1990, p.16), ler é uma análise além da frase!
Galarza nos traz uma proposta de atividade de leitura de texto jornalístico, para alunos de uma escola de Ensino Médio da rede pública estadual, em Porto Alegre, como culminância de uma unidade temática desenvolvida com alunos durante a Copa do Mundo.
Eu tenho acesso a esta prática ou oficina, pois trabalho com notícias de jornais, letreiros e crônicas. Acho válido pois o aluno tem oportunidade de trabalhar com o mundo no qual está inserido e ter acesso a bens culturais
Os jornais, por exemplo, usam muitas inferências, nas entrelinhas, e os leitores têm de detectar o subentendido.
Há assuntos polêmicos sobre os quais abordo, discuto e levo o aluno-leitor a refletir nas produções de textos escritos: o futebol, a qualidade dos programas de TV e de programas culturais que freqüentamos questões políticas, etc.
Peço aos, para alunos debater em aula estes temas, discutir com amigos, família e assim por diante; socializar os assuntos. Após,construírem uma argumentação,dando pontos de vista.
Este trabalho tem como objetivo saber ler os dados, interpretar, instigar a formação de opiniões que leva a uma ação, isto é, procura soluções, mostra superação de dificuldades na vida diária, pois toma conta da problemática do autor.
Na avaliação, peço textos de opinião, individual em folha impressa. Vejo se há um posicionamento sobre o tema,se os argumentos são claros e consistentes,se o texto está bem escrito,se é persuasivo.Faço alterações nos textos redacionais e peço que reescrevam até ficar bom para ser publicado em um mural.
Quem tem experiência de propor temas de redação, sabe que, entre a intenção de quem propõe e o entendimento daqueles a quem a proposta de tema se dirige, medeia a produção de sentido levada a efeito pela leitura. Cada um lê o que pode e muitos só lêem o que interessa. Temos que incentivar a leitura em geral. Ler notícias é organizar os pensamentos antes de escrever, é desenvolver um texto.
O docente deve buscar permanentemente maneiras de melhorar os processos de leitura e aprendizagem. Comemorar tudo. A celebração estimula a criatividade, permite transcender a rotina, eleva a auto-estima e cria laços entre professor/aluno. A cultura da leitura deve alimentar um espírito livre, guiar a conduta, oferecer um sentido de identidade, contar a história de uma nação.
Kleiman (l989, p.13) afirma que “a compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização do conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe o conhecimento adquirido ao longo de sua vida”. Mestres têm o papel de inserir este alunado nos domínios do conhecimento e da leitura, mas estes precisam também amar seus alunos

SUGESTÕES DE ATIVIDADES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO MÉDIO.

Atividade em sábado letivo:
Em redação, por exemplo, por que não levar os alunos para o pátio e fazer uma descrição subjetiva? Descrever o pátio, tipos de plantas e árvores (interligando com a Bio), observar os animais, seu habitat...
Relato uma experiência gratificante em uma escola estadual de Torres Dia, 12 de junho, sábado letivo, levamos os alunos para um passeio ciclístico à praia da Guarita. Alguns professores e alunos foram a pé,destacando a importância da caminhada.O objetivo deste evento pedagógico foi limpar a praia.Os alunos coletaram vários sacos de lixo.Após,os professores de Bio e Educação Física deram aula de Educação Ambiental e Cidadania.
Solicitei os textos para a colega de Biologia e trabalhei em aula com os alunos. Houve discussão e debate sobre o assunto: Decomposição do lixo e Limpeza das praias, bem como conscientização sobre o problema do meio-ambiente.
Na mesma semana, houve reciclagem de garrafas e latas Após, feira de reciclagem na praça.
Aproveitei para recortar textos de jornais sobre o assunto e colocar na prova, com o objetivo de fazer interpretar e refletir sobre o assunto proposto.
O conhecimento da gramática é diverso do conhecimento da vida! Para que é importante conhecer sujeito e predicado?Aulas práticas-ambientais surgem efeito imediato e sensibilizam. Os alunos gostam de ler o que vivenciam. A juventude não consegue ler o que não interessa.
Estou agora, preparando um concurso de redações e fotografias sobre o assunto: Reciclagem de lixo e Limpeza das praias.
A maior angústia dos professores de Língua Portuguesa é cumprir o cronograma, passar todo o conteúdo do livro didático, de forma que os alunos possam assimilá-lo até o final do ano letivo. Percebo que vencem do ponto de vista curricular, mas fracassam do ponto de vista educacional. Os “conteúdos” constituídos de exercícios e textos fragmentados não possibilitam aos alunos desenvolverem seu senso crítico. Os professores cumprem com o calendário, mas não estão formando leitores competentes e sensibilizados com novos contextos sociais. O escritor-aluno deve encontrar espaço em oficinas literárias.

Trabalho de crônicas:
De acordo com a minha própria experiência de professora de Ensino Médio, da rede pública estadual, este trabalho aborda quase todas as estratégias acima, e mais o que a leitura quer interdisciplinaridade. Associa língua, redação e literatura, bem como conhecimentos gerais. Já no primeiro ano, requer-se a definição do que é crônica e conto, texto jornalístico e texto poético. O relato a seguir,é de atividade pedagógica realizada em minha sala de aula.
Os alunos devem ler e recortar de jornais dez crônicas, a critério e gosto. Claro, que vão fazer a leitura skiming. Distribui-se entre os alunos diversas crônicas. Pede-se a eles que façam uma leitura rápida e expressem suas percepções gerais sobre elas.
Podem ser crônicas de autores atuais, esportivas, policiais... Após, reuninem-se em grupos de cinco, escolhendo as cinco melhores, de acordo com o consenso do grupo. Estas seriam trabalhadas e debatidas em aula, após apresentadas para o grande grupo. Os assuntos são debatidos,e os apresentadores têm de responder perguntas sobre o relato.É interessante que surgem questionamentos,um caminho para o debate e futura produção textual.É uma atividade na qual se levam em conta as experiências e os conhecimentos do leitor(conhecimento prévio).É um processo baseado na interação autor-texto-leitor.
É um trabalho em grupo onde os leitores selecionam e antecipam idéias e significados, surgem inferências, além de que ler é uma atividade prazerosa.
O trabalho final seria individual e parte para a construção textual de uma crônica sobre a problemática de um texto apresentado, facilitando a circulação de idéias. Surgem textos muito interessantes. Um exemplo de texto já apresentado vem ao encontro do gosto dos adolescentes, como o que é ser um “Emo”. Este foi um tema escolhido pelos alunos do Ensino Médio do Colégio Julinho, de acordo com eles, o colégio tem vários grupos de ideologia e etnia. Escolheram,então :O grupo Emo e sua ideologia.Um aluno emo veio a frente da sala e explicou o que é ser”emo”.Até chorou,pois gostam de músicas românticas e são excessivamente sentimentais.O grupo dos funkeiros,roqueiros e pagodeiros também entraram no debate e expuseram suas idéias.Foi uma discussão saudável,sem brigas.Este trabalho ajudou a amainar o ânimo entre as diversas ideologias.
Outros temas do gosto dos pequenos escritores surgem com base nos textos apresentados em aula, como A ÁGUA, sua importância para a humanidade, sua simbologia, a necessidade de protegê-la e preservá-la.
No final do ano, aproveitando a FECIARTE, Feira de Ciências e Artes, da Escola Júlio de Castilhos, os alunos aproveitam para expor suas crônicas. Um concurso pode ser feito. As crônicas ficam no mural da escola. E, quem sabe a fundação patrocinasse uma edição das mesmas, em material publicado para que os alunos lessem e se sentissem estimulados a escrever. Por que não?

Trabalhando com vídeos.
Utilizei a sala de vídeos, reservada com antecedência, conforme normas do Colégio Júlio de Castilhos, e aluguei os filmes indicados: Perfume de Mulher, Uma professora fora de série e O Leitor. Pedi um resumo de cada filme, uma resenha e uma apreciação quanto à atuação dos atores, ao cenário, à música, a direção. O ideal é trabalhar cada filme em um trimestre diferente. Existem outras sugestões de filmes, a critério do professor, e é necessário adaptá-los a série e idade do aluno.
Por exemplo, em Perfume de mulher, trabalha-se com a delação e discriminação, dois temas ricos para debate em grupo e apreciação escrita e oral. Podemos ainda pedir uma descrição do cenário, questionar a atuação dos autores, escutarem a música e problematizar, trazendo polêmicas sobre a vida escolar.
O filme "Uma professora fora de série” tem como objetivo trabalhar da mesma forma que em Escritores da Liberdade, tão comentado em nosso curso. O foco deste trabalho é fazer os educandos se posicionarem com o mundo real, entrarem em contato com o universo da educação e problemas educacionais enfrentados pelos docentes, bem como disciplina e liderança.
Já O Leitor é passível de críticas, pois há um apelo sexual, porém pode ser trabalhado com alunos do terceiro ano de Ensino Médio, dependendo da maturidade da turma. Sugiro turmas do noturno. É um filme rico,envolvendo história,política e com uma grande temática a ser explorada através de resenhas ou perguntas de interpretação.Ainda podemos fazer debates em grupos,explorando vários ângulos ou temas do filme.

Textos Jornalísticos, de natureza científica e de opinião.
É instigante o trabalho com artigos de opinião (seção opinião, cartas do leitor, editoriais). ”É para extrair sentido de material escrito que serve a leitura,” (Goodman, p.43).
Com notícias de jornais, é bem gratificante trabalhar com narrativas. Os alunos poderão identificar as clássicas perguntas: Quem? Onde? Por quê? Quando? Ainda poderão identificar tempo, espaço, personagens. Nesta leitura identificamos a habilidade de selecionar o maior número de “pistas” e “adivinhações” necessárias para perceber a leitura. Finalmente, como uma atividade de seleção, o professor pede aos alunos que, durante a leitura de uma narrativa,marquem as partes que despertarem sua atenção e questionem,justificando o motivo. Para a realização de predição. O professor pode solicitar aos alunos que completem um texto com o seu desfecho.
Por exemplo, um ótimo trabalho é dar uma crônica para os alunos e ir montando o texto aos poucos. Parágrafo por parágrafo, até o final esperado ou inesperado. O professor solicita aos alunos opiniões sobre o desfecho. Cada um acha que a história termina de um jeito. É instigante levantar hipóteses sobre o desfecho de uma história, comparando-as com as propostas dadas pelos colegas.
Quanto a charges ou tiras-cômicas, gosto muito de trabalhar em aula, inclusive, minhas provas sempre terminam por uma interpretação de charge, dizendo qual a intenção do cartunista. Nas tiras, dá para trabalhar com o subentendido e nível de linguagem.
Ainda com propagandas, trabalho com a intenção do emissor, público-alvo, figuras de linguagem e argumentos usados pelo emissor para convencer.
Com textos de natureza científica, pede-se um exercício de leitura detalhada. O professor deve propor aos alunos a leitura do texto e a realização de um esquema focalizando o maior número possível de informações. É a criação de textos começa lá nos primórdios da educação.
-Os meus alunos crescem cada semana. Vejo como melhoram em cada exercício, em cada redação, corrigidos, comentados por mim. Aí está o testemunho de uma educadora, duma formadora.

Trabalho escrito sobre erros em placas de rua.
Os alunos saem a campo e têm de encontrar erros em cartazes e placas de rua, pode ser pensamentos em caminhões ou panfletos. Os alunos devem procurar e achar cartazes ou anúncios escritos de maneira errônea.Eu sugiro cem erros que devem procurar em quinze dias. Os alunos fotografam ou filmam com uso de celular ou câmera estes anúncios e cartazes. Após, têm que corrigir estas pérolas da escrita. Podem fazer exposição dos cartazes no saguão da escola. O trabalho é gratificante, fica documentado e tem como objetivo trabalhar ortografia e acentuação. Sugiro para a primeira série do 2º grau.

Depoimento da professora Nice Cousen, Colégio Júlio de Castilhos:
”Sempre trabalhei com produção textual nas aulas de Língua Portuguesa, mas, a partir de 2008, comecei a trabalhar especificamente com um período somente de redação nos terceiros anos, cujo programa privilegia as redações do Enem e do vestibular (UFRGS e Faculdades Particulares). Tem sido uma trabalhosa, mas grata experiência, pois a redação vai sendo construída aos poucos e apresenta excelentes resultados no final de ano: no primeiro trimestre, é ensinada toda a parte teórica e estrutural. ou seja, a construção.
No segundo trimestre, trabalha-se a redação do ENEM, com o auxílio de redações-modelo; posteriormente, são discutidos diversos temas passados desse exame e, então, é feita a redação com um dos temas dados, escolhido pelo aluno, em folha-padrão fornecida pela escola.
No mesmo trimestre, o processo é refeito com redações de Faculdades Particulares.
No terceiro trimestre, trabalha-se exclusivamente a redação modelo UFRGS, repetindo-se o que se fez com as anteriores, mostrando ao aluno a tabela de correção oficial. Na primeira redação desse trimestre, o aluno escolhe entre vários temas da UFRGS; o último tema a ser dissertado é escolhido pelo professor (normalmente o mais recente), e é feito por todos os alunos.
Em todos os trimestres, trabalha-se a reescritura do texto, até que ele obedeça às qualidades de um texto dissertativo, ou seja, coesão, coerência, organicidade e elegância.”
É bem assim que trabalhamos como corretoras de redação na Escola Julinho. Nosso trabalho é conjunto,planejamos, executamos planos e interagimos. Este trabalho nos leva de maneira prática a trabalhar objetivamente com as redações do Enem e UFRGS. Alguns professores já foram ou são corretores em Exames Supletivos e Vestibular e trocam as tabelas de correção oficial, adaptando-as ao Ensino Médio.
Os recortes de jornais e trabalho com crônicas nos ajudam na elaboração de temas atuais.
O problema de atribuição de notas, tanto no Ensino Médio como Enem e Vestibular, é bastante comprometedor; na avaliação das redações de Vestibular e Enem, os conhecimentos de língua escrita representados pela utilização da norma culta: escolha da variedade lingüística adequada ao tipo de texto e à situação formal de interlocução; obediência à norma gramatical e às convenções da escrita é prioridade dos corretores. Concluo que o aluno deve ter um repertório cultural produtivo e de considerações que fogem ao senso comum, correta compreensão da proposta e desenvolvimento por meio da articulação de diferentes perspectivas para defesa do ponto de vista do autor; o texto qualificado expressar visão do mundo ampla e personalizada, sustentar a argumentação. O candidato-autor precisa mostrar competência lingüística na tessitura abordada.

Trabalho com blog da professora
O jornal, livros e revistas perdem espaço para a internet e celular. Por outro parâmetro temos os livros eletrônicos e blogs do professor. As produções de textos escritos são a grande deficiência dos alunos no Brasil. Um número elevado deste alunado sai da escola sem saber ler, interpretar, ter opinião crítica e não produzir bons textos. A redação já não existe. A expressão oral é monossilábica. Devemos dar outros meios para desenvolver a leitura e a escrita.
Eu, como educador, estou vivenciando uma experiência gratificante e inovadora. Os alunos estão lendo, interpretando e fazendo trabalhos pela internet, através do blog do professor. Temos que reconhecer que nossos laboratórios de informática não são os que idealizamos, porém dá para trabalhar na medida do possível.
Minha experiência é a seguinte: Levo meus alunos para o laboratório de informática, os mesmos abrem o blog do professor, escolhem um texto escolhido e selecionado pelo professor procedem à leitura e fazem a interpretação de textos. O professor, sempre circulando pela sala entre os computadores, tenta auxiliar cada aluno; o professor de informática, do laboratório, também auxilia, na medida do possível. Este trabalho nem sempre é receptivo, pois muitas vezes, este profissional, o que fica no laboratório, não consegue auxiliar o suficiente a fim de ajudar o professor. Após, mandam por email o trabalho para o professor titular que os corrige em casa, fazendo as devidas anotações e remetendo-os novamente.
Qual é a meta das escolas? Elevar a avaliação dos alunos. Isto permite que a escola consiga subir no padrão de afinidade do aluno, pois os alunos adoram ir ao laboratório de informática. Esta prática foi uma experiência continuada,pois eu marquei aulas no laboratório de informática,com os alunos do segundo ano do Colégio Júlio de Castilhos,pelo menos duas vezes por trimestre.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Espero ter criado no presente artigo um contato com caminhos pedagógicos para o ensino da leitura na sala de aula e promover o uso de estratégias de leitura relacionadas aos materiais de leitura e produção textual, beneficiando ao mesmo tempo a própria leitura e a escrita.
É hora dos professores de Ensino Médio exercitar uma seleção, porém mais do que tudo, efetuar uma reinterpretação peculiar do legado cultural, das experiências prévias, dos conhecimentos, da investigação, do caminho que este aluno seguiu até aqui, da história de vida.
Várias são as atribuições dos professores corretores, desde interpretar idéia conteudística até inteirar-se com problemas típicos de redação. O avaliador textual vê-se diante de textos sem idéia-base, sem o mínimo de conteúdo, mas com erros de concordância, pontuação, ortografia, etc., dentro dos limites aceitáveis. Outros, com a construção do conteúdo a partir da realidade, com diferentes entendimentos e concepções acerca do tema. Ainda, o candidato-autor falando de sua experiência de vida, construindo criticamente sua própria abordagem, a partir da clareza, da autonomia, usando para isso os recursos lingüísticos disponíveis para expressar o seu ponto de vista.
“De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estaremos sempre começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar. Fazer da interrupção, um novo caminho, fazer da queda, um passo de dança, do medo, uma ponte, da procura, um encontro.” (Fernando Sabino)
Entretanto, sem manifestação escrita ou oral, não haverá melhorias na educação. Sem leitura, não reina a política da educação. O aluno precisa mais tempo para ler ou aprender a ler, esquecendo este novo tempo desenfreado do círculo das horas inúteis e, penetre numa outra temporalidade, a do aluno, do nosso aluno.




REFERÊNCIAS:

SABINO, FERNANDO. Pensamentos.

BOFF, 2003

ABREU, CAIO FERNANDO. Reportagem em revistas.

RASERA, C. Apostila de metodologia de projetos educacionais. Companhia das Letras. São Paulo. 2009.

DONBOSKI, A. Diferenças entre a família e escola. Zero Hora. 2005.13p.

FAURGS- Exames Supletivos 20

SANTANA, P. Um forte desabafo. Zero Hora. 2003.

KLEIMAN, ÂNGELA. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, SP: Pontes, 1989.

_Oficina de leitura: teoria e prática. 11. Ed.Campinas, SP: Pontes, 2007.

GOODMAN, Kenneth.Reading.A Psycholinguistic Guessing Game.

BROWN, Gillian; YULLE, George.Análisis del discurso.Espanã, Madrid: Visor Libros, 1993.

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